31.8.10

Cook it Raw: evento foodie cult rola de 3 a 6 de setembro na... Lapônia!


SU-MI!

O motivo é bom, muito bom.... estou rumando ao círculo polar finlandês (!!!) para participar do Cook it Raw. Mais, eu não conto. Pelo menos não agora: deixem eu chegar lá que eu mando notícias, prometo!

Vejam com quem vou passar os próximos quatro dias lá na Lapônia:


Albert Adrià ( previously at Ferran Adria’s El Bulli, Roses, Spain)
Inaki Aizpitarte (Le Chateaubriand, Paris – World’s 50 Best Restaurants Awards N°11)
Fredrik Andersson (Mistral, Stockholm – 1 Michelin *).
Alex Atala (D.OM., Saô Paolo, Brésil – World’s 5O Best Restaurants Awards N°18)
Pascal Barbot (L’Astrance, Paris – World’s 50 Best Restaurants N°16)
Claude Bosi (Hibiscus, London – World’s 50 Best Restaurants N°49)
Massimo Bottura (La Francescana, Modena –World’s 5O Best Restaurants N°6)
Dave Chang (Momofuku, New York – World’s 50 Best Restaurants N°26)
Quique Dacosta (Quique Dacosta, Denia, Spain –  World’s 100 Best Restaurants N° 70)
Yoshihiro Narisawa (Les Créations de Narisawa, Tokyo – World’s 50 Best Restaurants N° 24)
Magnus Nilsson (Restaurant Faviken  a Jarpen, Sweden)
Petter Nilsson (La Gazzetta, Paris – World’s 100 Best Restaurants  N°80)
Daniel Patterson (Coï, San Francisco – 2 ** Michelin)
René Redzepi (Noma, Copenhague – World’s 50 Best N°1)
Davide Scabin (Combal.0, Turin – World’s 5O Best N° 35)
Hans Välimäki (Chez Dominique, Helsinki – World’s 50 Best N° 23)



E pra entenderem um pouquinho do que estou indo fazer lá....





Querem acompanhar a viagem passo-a-passo? É só me seguirem no Twitter, por este link aqui. Fui!

O lado B do Plaza Athenée, em Paris: o hotel é super kid-friendly!


Aos conhecedores da Paris clássica, o nome Plaza Athenée faz lembrar muitas coisas. Chanel, Dior, Valentino, Céline e Lacroix, por exemplo, cujas boutiques ficam a poucos passos do hotel, na très chic avenue Montaigne. Ou Alain Ducasse, o rei dos chefs franceses, cujo principal restaurante – três estrelas Michelin, bien sûr! – ocupa espaço nobre em frente ao lobby e com vista para o famoso pátio florido.  Ou chá com madeleines servidas em bandejinha de prata, nas lindas mesas baixas de toalhas engomadas que ladeiam esse mesmo pátio, na Galerie des Gobelins, sempre enfeitadas com flores frescas.

Hôtel de Crillon: história e renovação em perfeito balanço



    Na hotelaria de luxo, nada poderia ser mais falso do que o ditado “não se deve mexer em time que está ganhando”. Que o diga o sangue azul Hôtel de Crillon, construído sob as ordens do rei Louis XV em 1758 para ser seu palácio particular e convertido em hotel em 1909. Considerado um dos mais opulentos e exclusivos cinco estrelas de Paris, mantém-se no topo há um século justamente por saber se renovar.


Ralph Lauren bombando em Paris: seu restaurante Ralph’s tornou-se o talk of the town



O homem já passou da idade de se aposentar e colheu todos os louros que poderia esperar, mas ainda não sossegou: Ralph Lauren resolveu virar restaurateur este ano. Em abril, o estilista abriu uma flagship da sua grife em prelo Boulevard Saint Germain, em Paris, e instalou, dentro da megaloja, um restaurante que virou instantaneamente the talk of the town.


Lendário chef Pierre Koffmann volta à ativa com bistrô no The Berkeley Hotel



Definitivamente, o allure dos restaurantes em hotéis, depois de anos de decadência, voltou com tudo em Londres. Mais especificamente, há dois cinco estrelas de peso – o Mandarin Oriental, em Knightsbridge (na foto acima), e o The Berkeley, em Mayfair – investindo pesadamente em chefs estrelados. O último a entrar em cena é o grande Pierre Koffmann, cujo novo bistrô no hotel The Berkeley alçou-o de medalhão semi-aposentado a assunto de todas as rodas gastronômicas.


Bistrôs baratos em Paris: os favoritos de Marco Rezende

Bistrot Benoît, do Alain Ducasse



Comer bem e barato em Paris não é problema: a cidade sempre terá seus milhares de bistrôs, muitos dos quais servindo comida muito bem-feita a 30 ou 40 euros por pessoa. O jornalista Marco Rezende, meu ex-chefe e ex-diretor de redação da revista VIP, recomenda dois especialmente bons.

Rio queima-filme, parte I: bandidos fazem reféns no hotel Intercontinental

Sem comentários.


29.8.10

Rooftop bars de Montreal logo logo vão fechar: acabou o verão!




Aproveitar o verão, aqui em Montreal, é quase uma obssessão. Parques, trilhas de bike, jardins floridos, gente tomando sol por toda parte: os montrealers sabem apreciar a vida ao ar-livre, justamente porque passam meses de inverno enfurnados dentro de casa.

Mesmo quem mora em bairros cheios de prédios e com menos verde, como downtown ou Old Montreal, também dá um jeito de aproveitar o bom tempo: é só subir pra cobertura!




Então quando vai chegando setembro, e as noites começam a esfriar, sente-se no ar que se aproxima o fim do "rooftop season": mesas e guarda-sóis são recolhidos e os rooftops são fechados até o verão seguinte.

Isso não tem data fixa, mas costuma acontecer em setembro - e pra mim, traz uma sensação melancólica de fim de festa.


Mas não vamos colocar o carro na frente dos bois: ainda temos um finzinho de verão em Montreal e visitantes ainda podem conhecer alguns dos rooftop bars mais bacanas. Outro dia, dei um pulo no do  Auberge du Vieux Port, um hotelzinho bem famoso em Old Montreal. Achei o espaço mais ou menos - meio apertadinho:




Mas.... que vista! O terraço debruça-se sobre o Old Port:



Tem um outro rooftop bar perto desse do Auberge du Vieux Port que eu acho ainda mais bacana - é onde levo todo mundo que vem me visitar aqui. Fica na cobertura de outro hotel, o Place d'Armes:



The Place d'Armes hotel and its rooftop terrasse


O espaço tem mais cara de lounge, mais espaço, móveis mais bonitos e confortáveis. Mesmo se a vista não é assim nada de extraordinário:




Os vinhos em taça são poucos e medianos. A lista de coquetéis me parece bem limitada. Mas o que conta ali é outra coisa: o vibe do lugar, o som, o por-do-sol. O acesso difícil, escondidinho, pela escada de incêndio. Acho bem mais legal do que qualquer um dos muitos rooftop bars de Nova York: estar ali ao cair da tarde, copo em mãos, me faz sentir feliz, feliz, feliz.



Terrasse 701: Place d'Armes Hotel, 55 St-Jacques Ouest, Old Montreal, tel. (514) 842-1887

28.8.10

Rua Bowery, em Nova York, reúne excelentes restaurantes: Pulino's, Faustina, DBGB e Peels




Quem segue meus escritos já ouviu eu dizer isso antes, mas não custa repetir: a rua que mais bomba em Nova York atualmente é, com toda a certeza, a Bowery.  

Principalmente no quesito restaurantes: de dois anos pra cá foram sendo inaugurados um atrás do outro, todos badalados, legais, com boa comida. 

Primeiro veio o Gemma, italianinho casual com mesas na calçada, que faz parte do The Bowery Hotel

Aí abriram um segundo hotel duas quadras ao norte, o Cooper Square, de arquitetura muito curiosa (abaixo), onde fica o excelente Faustina, do Scott Conant




E aí, pra selar de vez a vocação gastronômica do pedaço, aportou o chef Daniel Boulud ( chef-proprietário de um império gastronômico em Nova York que inclui o famoso Daniel, no Upper East Side e restaurantes também no Midtown e no West Side, todos muito bem-sucedidos.

Sua brasserie DBGB tem salão escurinho com sofás negros de espalda alta formando nichos e mesas meio engaioladas no centro de um cercado de prateleiras, onde estão expostas panelas de cobres presenteadas por chefs famosos, conservas e garrafas de vinho. 


A especialidade da brasserie são as mil e uma cervejas e os hambúrgueres variados. O maravilhoso “the piggie” vem coroado com um montinho de carne de porco barbecue desfiada, pão de cheddar e milho, e maionese de pimenta jalapeño. Outra delícia, o crab cake (croquete de siri à americana) é servido com molho de curry. Vive cheio desde o primeiro dia que abriu.

Keith McNally na Bowery

Não tardou e o rei da cena gastronômica novaiorquina - o inglês Keith McNally - fincou bandeira ali também. 

Dono de sucessos perenes como Balthazar, Pastis e Morandi, sua Minetta Tavern, no Village, é de todos meu favorito. Sempre que estou em Nova York, bato ponto do balcão do bar (onde consegue-se comer sem ter que encarar o infernal processo de reservar mesa).  Da última vez, eu ia jantar com minha amiga Lea em outro restaurante – o Momofuku Ssäm Bar – mas demos uma “passadinha” pra tomar algo. E fomos ficando, ficando, pedimos um tutano com torradas, e quase desistimos do Ssäm Bar. Quase!

O Minetta nem bem fez o primeiro aniversário e ele já rebateu com outra novidade, inaugurada em março, justamente na Bowery: Pulino’s Bar & Pizzeria. 
Lugar pra comer pizza bem-feita, e carnes assadas também em forno à lenha.




E agora, a última novidade é o Peels, dos mesmos donos do Freemans. Pra quem conhece bem aquela parte da cidade, nem preciso explicar o que é o Freemans, mas basta dizer que trata-se de um dos restaurantezinhos mais cool de Nova York, semi-escondido em um beco do Lower East Side. Mega fervido. Mega bacana. Então o Peels obviamente vai ser o it spot da temporada. Todo envidraçado, paredes brancas, o Peels pretende ser um country diner, ou uma lanchonete chique especializada em pratos caipiras do sul americano, como frango frito, carnes curadas e defumadas e muita carne de porco.


DBGB: Rua Bowery, 299, tel. (212) 933-5300

Faustina: The Cooper Square Hotel (25 Cooper Square, tel. (212) 475-5700, 

Peels: Rua Bowery, 325, esquina com Second St.

Pulino’s Bar & Pizzeria: Rua Bowery, 282. tel: 212 226-1966. 
Aqui, link para visualizar no mapa.
 

26.8.10

The Bowery Hotel, em Nova York: vibe e localização imbatíveis



Hotéis são a minha paixão, não me canso de pular de um para outro e mais outro, ficando uma noite em cada, só pra poder comparar camas, banheiros, vistas e croissants. Em Nova York já fiquei num monte deles, mas infelizmente muitos sem-graça, genéricos, hotelões sem personalidade.

Por muito tempo, meu favorito foi – e isso tem a ver com lembranças da minha infância, mais do que qualquer luxo material – o super tradicional The Carlyle, que ano após ano continua maravilhosamente clássico e classudo. 


lobby do hotel Carlyle

Mas... de uns anos pra cá, troquei de time. Comecei achar muito melhor ficar "lá embaixo", o que significa aquele miolinho ótimo composto por NoLita, Soho, Village e Bowry. 

E "lá embaixo", não existe nada que se compare ao The Bowery.

Desde a última vez em que me hospedei no Bowery (em 2008), muita água já passou debaixo da ponte. Montes de novos hoteis surgiram em Nova York: The Surrey, Crosby Street Hotel, etc. etc. etc. 

"Lá embaixo" também surgiram outros novos hotéis curiosos... o Hotel on Rivington, por exemplo, com seus corredores tipo boate, no Lower East Side. E seu concorrente igualmente moderninho, o Thompson LES (dos mesmos donos do 60 Thompson). E o Cooper Square, muito legal também, e quase vizinho ao The Bowery.

hotel Thompson LES

Entretanto, apesar das novidades todas, sempre que me perguntam qual é meu hotel favorito em Nova York, respondo sem titubear: The Bowery. Ainda mais agora que a rua Bowery virou a mais nova meca gastronômica de Nova York: os excelentes Pulino’s, DBGB e Faustina ficam a passos do lobby!





É simplesmente o mais charmoso hotel que conheço em Manhattan, mesmo se o prédio em si, por fora, não tem nada de especial:




Sou louca por coisas antigas, tecidos puídos pelos anos, madeira de demolição, ladrilhos hidráulicos. Então pro meu gosto o Bowery é um sonho, exatamente o prédio onde eu moraria se eu ganhasse na loteria. 




Quando fui lá, adorei cada detalhe. Os janelões floor-to-ceiling com jeitão industrial, a pia, a banheira e as torneiras retrô, com ar cinqüentinha, os subway tiles (azulejos retangulares como os das estações de metrô), o cobertor vermelho ao pé da cama.





… meu quarto não era grande nem de alto luxo, mas esbanjava charme e era banhado de luz.




E tinha uma bela vista:






Mesmo que você não se hospede no Bowery eu recomendo uma ida até lá. Nem que seja só pra almoçar no restaurante Gemma (super casual, super gostoso).




Depois do cafezinho, dê um giro pela sala de estar (um lounge escurinho, com lareira) e pelo bar.






Um charme. À noite, então.... acho aquele bar imbatível! 



Pena que não deixam não-hóspedes se sentarem...


The Bowery Hotel, 355 Bowery St., esquina com East 3rd St., 
tel. (212) 505-9100

Minha amiga Karin Dauch, que mora bem pertinho do hotel e bloga sobre Nova York, fez um vídeo bem bacana:


25.8.10

Eataly, novidade do chef Mario Batali em Nova York: primeiras fotos!

Joe Bastianich (sentado) e Mario Batali


Eu AMO meus leitores. Sério mesmo. Viajados, antenados e... generosos. Primeiro, a Marcie deu a dica de uma super novidade em Nova York: o EATALY!, na West 23rd, pertinho da 5th Avenue. Conta ela:

"A idéia, importada de Torino, é mais um empreendimento dos restaurateurs Joseph Bastianich e Mario Batali – o que significa que a coisa já é sucesso, antes mesmo de ter aberto.

Projetado nos moldes do Chelsea Market, o Eataly vai ser um espaço enorme dedicado à gastronomia italiana: mercadinhos de comida, peixaria, açougue, lanchonetes e  alguns restaurantes. Claro que, sendo um local italiano, não podem faltar as gelaterie e uma imensa adega de vinho."

E agora, outro leitor, o Juliano Mendes, deu sequência na reportagem. Ele está em Nova York e mandou fotos fresquinhas do lugar, em primeira mão. A história é incrível, vejam só o que aconteceu com ele:


Oi Alexandra

Tudo bem? Não sei se lembras de mim, mas em janeiro me destes uma ajuda enviando dicas para Miami.

Estou te mandando umas fotos que podem te interessar.

Estou em NY e ontem fui jantar no Minetta Tavern. Acabaram me colocando em uma mesa grudada a do Mario Batali. Batemos um papo bacana e perguntei para ele sobre o Eataly, já que antes de vir para NY fiquei acompanhando pela internet pra ver se estaria aberto. Ele acabou nos convidando para visitarmos o Eataly e estive lá hoje. Só que era o evento de apresentação do espaço para a imprensa.

Estou te mandando em anexo algumas fotos. Caso te interesse, tenho mais algumas.

O lugar ficou fantástico, como já era de se esperar. Só fiquei triste, como ex-cervejeiro, de saber que a instalação da cervejaria ficará mais pra frente.

Espero que gostes das fotos!

Continuo acompanhando teu blog!

Juliano




Amei, Juliano, eu e os leitores do Boa Vida agradecemos! :)

E pros curiosos, deixem eu contar quem é o Juliano:
Ele e a família fundaram a Cervejaria Eisenbahn (artesanal, site www.eisebahn.com.br). Em 2008,
venderam a empresa para o Grupo Schincariol. Como viviam visitando bares e restaurantes bacanas pelo Brasil todo (clientes), e também muitos pela Europa durante pesquisas cervejeiras, criaram paixão por bares e restaurantes.

Em 2009 eles abriram um Gastropub em Blumenau, aonde vivem. Antes disso visitaram o Spotted Pig no Village novaiorquino (do qual o próprio Batali é sócio), alguns gastropubs do Gordon Ramsay em Londres, e outros. 

De volta a Blumenau, encontraram um porão de 100 anos, construído em pedras e tijolos, super charmoso, e ali criaram o  The Basement (www.basementpub.com.br). Contrataram um chef bem bacana (Flávio Frenkel, de Curitiba) que se formou em São Francisco e trabalhou por dois anos no French Laundry.

Bacana, não?

EATALY NEW YORK - site oficial

E aqui, um vídeo do dia da inauguração: que FILAAAA!



Má Pêche: o chef David Chang do ultrafamoso Momofuku Ko, agora no Midtown?!




Nem preciso explicar pra vocês quem é o David Chang, certo? 

O chef por trás do Momofuku Ko, que é, de longe, o lugar mais impossível de se conseguir mesa em Nova York. Eu já me irritei tanto tentando reservar um mísero lugar. Per Se, do Thomas Keller? Bico, em comparação. O Ferran Adrià pode chegar em Manhattan e ligar, e mesmo assim, nada de conseguir reservar mesa. Ninguém, nem o papa, tem pistolão nem passe vip.

Aí vocês devem querer saber: mas por quê? Que lugar é esse? O que tem de tão fantástico?

Também não sei - nunca consegui uma maldita reserva!

O que sei é o seguinte:

David Chang conseguiu enfeitiçar toda a imprensa gastronômica americana. A Ruth Reichl, diretora de redação da Gourmet, é sua íntima. Chefs ultra-mega-famosos, como Alice Waters (do Chez Panisse, a musa do movimento orgânico) e Mario Batali, idem. Até a revista New Yorker - a seríssima e intelectual New Yorker, imaginem! - deu um perfil sobre ele de DEZ páginas. Chef nenhum mereceu tanto confete, nem Ducasse nem Keller nem ninguém.

Este mês, ele está na Esquire, em editorial de moda, de terno e gravata (nada a ver com o estilo dele):



A revista elegeu-o um dos 75 homens mais influentes do mundo, dizendo assim:

"Because he cooks in a spectacular way, but, somehow, without pretense."

A ficha: ele tem uns 33 anos, e abriu seu primeiro restaurante há sete anos sem entender nada do negócio. Estudou gastronomia meros seis meses. Já foi lavador de pratos. É filho de imigrantes coreanos que chegaram em Nova York com 50 dólares na carteira.

Passou por alguns restaurantes bem conhecidos de Nova York - Mercer Kitchen, Craft e Café Boulud, por exemplo. Foi nesse último, uma pauleira, um trabalho infernal, que ele teve uma epifania. Queria cozinhar algo simples. Chega de francesices. Chega de cozinhas enormes e caras e equipes estressadas.

Fissurado por ramen - o macarrão asiático - ele abriu em 2004 o Noodle Bar. Lugarzinho simples. Demorou pra pegar, mas quando pegou…. virou uma febre. Seu segundo, o Momofuku Säam Bar, abriu pouco depois. Também pequeno e simples, mas mesmo assim… outro sucesso estrondoso. E isso, servindo tripas e terrine de miolo de vitela. Incrível!

Aí ele abriu o Momofuku Ko, que só tem 14 lugares. Muito miúdo e muito porco no menu. Todo mundo come no balcão. E vejam vocês: ele conseguiu o feito inédito de ganhar, logo de cara, duas estrelas no guia Michelin 2009 ! 

Será que o Chang hipnotizou os inspetores? Na época muito foodie reclamando, pela internet afora. Como! Que escândalo! Duas estrelas prum lugarzinho minúsculo e informal?

Pra quem quiser tentar a sorte, já vou avisando: não tem telefone. O único modo de reservar no Ko é pela internet, neste site aqui. Você se registra e aí tenta - pontualmente às 10 da manhã horário de Nova York - pedir uma reserva pelo sistema. 

Eu, pessoalmente, já cansei. Desisti. Sabem do que mais? Que se lixe o Ko e seu 14 lugares impossíveis de reservar.

Mas sou l-o-u-c-a pelo outro restaurante dele, o SSsäm Bar, apesar do barulho e do fato de não aceitar reservas. O lance lá é a comida. Conforto, há pouco: os bancos são toras de madeira cortadas em cubo ou retângulo. Come-se no balcão. Servem lá o melhor sanduíche que eu comi na vida. Juro. De carne de porco no molho barbecue, desfiada. 


 E tem um outro que é igualmente orgásmico: barriga de porco em um steamed bun. Nham!



Quando estive em Nova York ano passado com meu irmão, nosso jantar no Momofuku Ssam Bar foi, de longe, o campeão. Isso sendo que comemos também na brasserie do Daniel Boulud e no Le Bernardin, entre outros. O lugar é fora de série! Mas olhem a foto: um nada, certo? Toldinho preto xoxo numa esquina x.....




Ele abriu recentemente no Midtown o Má Pêche (trocadilho com peach, ou pêssego, o logo de seu "império".

Midtown tem ZERO a ver com ele. Chang é desencanado, farrista. O Midtown é.... entupido de turistas e wannabes. Será que a combinação está dando certo?

Momofuku Ssam Bar: 207 2nd Avenue, esquina com rua 13, sem telefone.

15 W 56th St
(entre Fifth e Sixth Aves.)

24.8.10

Starquitetos Herzog & de Meuron em São Paulo: sede da Cia. de Dança no Centro!



Quem diria: se até cinco anos atrás contávamos nos dedos das mãos quantos museus ou edifícios públicos sul-americanos com o carimbo de starquitetos internacionais, agora o cenário está mudando a passo rápido. O lindíssimo projeto do escritório Diller, Scofidio + Renfro para o novo MIS carioca (acima) é apenas um de vários museus que estão sendo planejados e que devem sair do papel nos próximos anos – e um deles trará a grife Herzog & de Meuron.

A empresa do duo de arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre De Meuron assina projetos icônicos como o Tate Modern, em Londres, e o belo estádio Allianz Arena, em Munique, e o museu CaixaForum, em Madri. O prêmio Pritzker (passe para o panteão dos grandes) veio em 2001. O mais celebrado projeto deles talvez seja o de Young Museum, em San Francisco (nas fotos abaixo), que consegue ter perfeita harmonia entre entorno e acervo.




A arte transborda para fora, com esculturas espalhadas ao seu redor, e o parque que o circunda, o Golden Gate, foi levado para o interior, em forma de jardins de inverno triangulares de samambaias e blocos de ardósia. Como de costume, escolheram um material inusual e impactante – nesse caso, painéis de cobre ora martelado, ora perfurado – para revestir as paredes externas. O tom terroso e o formato irregular, cheio de recortes e arrematado por uma larga torre em formato de trapézio invertido, evocam um templo asteca. Faz muito sentido, já que o de Young, inaugurado em 2005, especializa-se em arte e artefatos indígenas.

Agora, Herzog & de Meuron está prestes a fincar bandeira em São Paulo (até escritório eles pretendem abrir!).  O Governo do Estado contratou a dupla para projetar a sede da "São Paulo Companhia de Dança" que será erguida no Centro, onde funcionava a antiga rodoviária, quase ao lado da Sala São Paulo. Deverá ter três salas de espetáculos (1.750 lugares, 600 e 450), salas de ensaio, escola de dança e biblioteca. A inauguração está prevista para este ano, embora provavelmente só aconteça mesmo em 2011.

São Paulo Companhia de Dança


Pelo visto, os suíços estão vindo com tudo: também contei, uns meses atrás, que eles foram selecionados para projetar o novo museu de arte contemporânea em Guadalajara, no México – este, encarapitado no alto de uma montanha verde, uma série de quadrados e retângulos de concreto interligados, como blocos de brinquedo, com vista deslumbrante para um vale:

Museu de Arte Contemporânea em Guadalajara




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